A Preto e Branco

A Preto e Branco

Meu erotismo percorreu sanzalas de prazer!

Reluz-me sua pele morena …mulata…

No aroma do café torrado,

Teu fugaz gemido entoou a cubata!

No silêncio correm suores a preto e branco,

Com beijo e o sussurro que foi furtado.

Teu corpo se entrega desmaiado…

Submissa a explosões de poesia e desejos carnais.

Gritas que a alforria me deve!

No escuro deitada na serapilheira exclamas com pejo…

Lábios carnudos…molhados roubas-me o beijo.

Morena! Como sua vergonha se atreve?

É tesão louca que a razão te assalta,

Chantageados e revelados no reluzir dos pirilampos,

Onde o teu corpo espalha tonalidades….Se esmalta,

De lágrimas que chovem nos recantos…

Lágrimas de fogo que em ti lavra,

Minha escrava…. Sabor a chocolate…

Dos teus grossos lábios cor escarlate,

E nem uma palavra...

Me apaixono por mudez tua…

Hummm…tua imagem para sempre conservo.

Nua…

Assim para o resto de minha vida à noite observo,

Lembranças do teu sabor que em mim flutua…

E quando à luz que adoro chegar…vou escrever,

Às horas do infinito…

Escrever em rochas de granito…

Que mais que fazer amor…reinamos em prazer…

Em nossas pobres línguas…mais que o beijo…foram orais

O que a alma sentiu…saciada as minguas,

Que não esquecerei jamais!

Robert