As moças do Sarau
Andamos pela poesia amando
no chão e contra quadras e rimas.
Respiramos exaustos como se tivéssemos
nascido da terra regados pelas palavras
de dentro da carne entre sementeiras.
Beijamos mágoas melodiosas
até não se magoarem mais.
Sarau dos prisioneiros um do outro
onde livres nos libertamos
da vida para o calor recitado….
Vivemos a própria morte sem desejo
e voltamos loucos a amar
no chão e contra quadras e rimas.
Seria da música?
Corpos atravessaram outros corpos
bebendo almas de presença, agora
serenas de nudez avidamente rica
pelas iguarias da carne.
Na mesma nudez que corria pelas mãos
placadas pelos elásticos brancos e firmes
que ardiam no fogo de carne,
era a carne do corpo de todas as poesias,
era o fogo das moças do Sarau…
O mesmo fogo de arder sem se ver,
contra as quadras e as rimas… no chão.
Robert
1 comentário:
Belíssimo poema, Poeta!
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