Em busca de mim

Em busca de mim

Vai-te solidão tardia, 

Sou porto solitário e distante,
Unido a ti pelo mesmo mar salgado
De tuas lagrimas, oh Portugal...
Que nesta fria manha
o meu coração resolveu acorrentar-se
Ao teu cais vazio...
Impiedosamente ondas tatuam a minha alma.
Impossível não sentir
O aroma marinho de tuas águas...
Imaginariamente…você vem...
Sinto-me arraigada
Entre teus cabelos negros em desalinho,
Discretamente jogados sobre nosso ninho...
Hoje frio, amanha quem sabe...
Acordo deste sonho...pois as ondas
Quebram-se violentamente a beira-mar,
Tentando avivar este meu quebrantado coração,
De uma tristeza sem fim,
Imenso como este mar que se deita a minha frente.
O vento ressalta a palidez de meu rosto frio,
Onde os vincos, esculpidos pelo tempo
Em tato relevo, cegamente me falam de ti,
Da saudade e da vontade incontida de abraçar-te.
Meu coração aguarda... A hora mais esperada
Quando de fato o amanhecer neste cais
For de um verão intenso,
e o vento suave conservar nas areias da praia
Os meus pequenos escritos de amor...
Amo-te, amo-te, amo-te

Flor Morena