O Beijo

O Beijo

Senti que o beijo foi entregue com amor,

arrastava o desejo ofegante da amada,

pela pele agoniada e despontada..

O traje transparente de alvo ardor,

que rasgo no gozo que a paixão promete

na sua boca louca e insana traquina…

Seios mergulhados na audaz renda fina,

na luxuria do insinuante corpete …

Pela loucura do mel da gramática densa,

lambidos são os referidos e castos beijos

Sorvendo-os nas ruelas dos infinitos desejos,

da volúpia febril na entrega intensa...

Garrett gritou nas linhas os lamentos dos amantes

que recebo entre os pensamentos e meus braços,

parindo a doçura de nossos abraços

apertados nas palavras esvoaçantes e palpitantes…

Como o T.A.M. esculpido não esquecerei jamais

teu corpo que me aperta em espiral ardente,

entrelaçados na dança de penetrante serpente,

onde gememos as poesias simplesmente colossais.

Cavei…cavei…cavei…para enterrar o cansaço

nas apertadas e frias mornas orgias,

voando e sonhando sem parar durante dias,

na corrente da sensualidades sem espaço….

Foi assim que te tatuei não sei quando,

na insinuante gula que em mim cravas,

me embriagando no fumo do cigarro que travas

entre o vapor do prazer em sono brando

da batalha campal nos corpos despidos.

O poeta que mergulhara no incerto mar,

era agora prisioneiro de um singelo olhar,

inspirado nas silabas dos nossos gemidos

Gemidos escritos em versos delirantes,

iludem os sépticos do amor concreto

que vomitam tabus como passatempo predilecto

em línguas grossas e cortantes...

Onde as nossas são números de pura doçura,

que profanam a inocência do tesão à solta

no desejo que a carne se encontra envolta

Ao escrever o beijo na sua face pura…

Robert